quinta-feira, 30 de abril de 2009


Deem uma olhadinha noo texto que encontrei no Paripe net.

A periferia solta a sua voz


Quarta-feira, 29/04/09 11:46 - Por Por Fernanda Caldas, LUPA

Em Salvador, moradores de bairros periféricos aproveitam os benefícios da rede mundial de computadores. Cansados de verem seus bairros impressos de forma negativa na mídia, passaram a atuar como repórteres locais.

Portais como Paripe.net, Suburbionews e Periferianews começaram a retratar o dia-a-dia da população. “Nós queremos mostrar que o subúrbio não é só isso que aparece nos jornais e na TV. Tem o seu lado positivo também.”, diz Nelson Fontes, fundador do Suburbionews. Motivação semelhante teve Ivan Santana criador do Periferianews: “Eu percebi que a grande mídia não está voltada para a periferia, exceto quando acontece uma tragédia.” Jornalista de formação e morador do bairro de Rio Sena, Santana faz uma crítica ao que ele chama de shownarlismo. “São maquiados (os programas de TV), até existe, mas não é a realidade da periferia”.

Propagandas locais financiam os sítios e programas de serviços são oferecidos à população como o horário de ônibus e agenda de cultura. A história local é narrada em textos, a exemplo do Paripe.net que ressalta a importância do bairro na história dos engenhos de cana de açúcar. Além disso, promoções são realizadas com o intuito de aumentar a participação popular, a exemplo do “Fotógrafo nota 10” do subúrbionews que promete pagar R$2 mil ao morador que fizer a melhor foto sobre a região.

Nelson Fontes se diz surpreso em relação ao alcance do seu blogue. “Nunca imaginei que pudesse resolver tanta coisa. Os secretários dos órgãos estão entrando para ver o que a rua está precisando. Muita coisa já foi resolvida.” Para Elton Souza do Paripe.net a internet foi muito importante para democratizar a informação. “Foi muito importante, até porque nós (moradores) fazemos a notícia. O problema da imprensa ao falar do subúrbio não vivendo lá é que ninguém mostra as coisas boas.”

A dificuldade em se fazer ouvir

Depois de anos de atuação, as rádios comunitárias no subúrbio de Salvador ainda enfrentam dificuldades para conseguir autorização para funcionar em FM. A Rádio Publicitária Santa Rita de Cássia, localizada no Rio Sena, é exemplo disso. Com um raio de 4 km de abrangência, a rádio que começou com duas caixas de som em postes, hoje tem 298. Contudo, apesar de 14 anos de existência, a rádio não consegue autorização para funcionar em FM. “Temos um pedido há dez anos.”, declara Pedro da Silva Teixeira, o Pedrão, fundador da rádio. Situação similar é encontrada na Rádio Conexão Periperi. No ar há quatro anos, seu diretor Walter Ney Pereira explica que a principal dificuldade está em questões políticas. “Nós fazemos um trabalho social. Acharia muito interessante que a Anatel fizesse isso (desse a concessão), mas acho muito difícil.”